O amor sempre esteve aqui, ao lado. Na minha frente, nas
minhas costas. Ele sempre me rodeou, mas me neguei a enxerga-lo. Por muito
tempo acreditei que o amor fosse algo que eu precisasse, por muito tempo me vi
numa busca interminável para encontra-lo. Eu to falando de um sentimento que
nomeei de “amor”. To falando daquele sentimento que a gente vê nos filmes da
Disney. To falando do príncipe encantado, e da minha fantasia em acreditar que eu
preciso de alguém para ser feliz. Eu acho que conheci o amor, uma vez. Faz
muito tempo. E foi um tempo doido. Depois, cabô. Nunca mais. A verdade, vou
contar, é que a todo momento, eu me precipitei. Eu achei que as coisas seriam
como eu as imaginava. Eu pensei que tudo ocorreria como os diálogos que criei
sozinha, deitada na minha cama. Então, vinha alguém e ploft! Me provava que eu
estava errada. E doía. Teve gente que disse que eu era burra. Que eu gostava de
sofrer. Na na ni na não! Não queridinho, não somos burros por acreditarmos nas
pessoas. Somos bons. Bons demais para aqueles que sentem prazer em iludir o
outro. E quem é bom, uma hora é recompensado. Depois de tanto tempo dando murro
em ponta de faca, minha definição sobre amor é outra. Amor é o que eu ofereço as pessoas, aceita
quem quer. Amor pra mim é o que vem de dentro.
E agora eu sou uma pessoa cheia. Eu sou alguém que transborda amor por
aí. Eu gosto de sorrir pra quem eu não conheço, eu gosto de conversar com desconhecidos
na fila do ônibus. Amor é você sentir vontade de ajudar aquele que tem menos
que você. Amor está nas pequenas coisas. No café que você prepara pra sua
família. No presente que você dá praquele que ama, mesmo não sendo nenhuma data
comemorativa. Amor é consolar quem precisa do seu ombro. É oferecer o silêncio
quando alguém só quer falar, falar e falar. E você ouve, porque sabe que é o
que ela precisa. Amor é oferecer a mão pra quem tá na beira do abismo. É
difícil, eu sei, dar amor. Tem gente que não aceita. Tem gente que tá ferida
demais pra acreditar de novo. Tem gente que pisa, machuca, porque um dia também
foi ferido. É difícil sorrir pra tudo, quando todo o mundo parece estar de cara
feia pra você. É difícil porque às vezes você não quer nem ouvir a própria voz,
quem dirá a do outro. Mas eu lhe garanto: Vale a pena. Por dentro às vezes, está tudo cinza, mas por
fora eu sou arco-íris. Eu aprendi que a minha dor, ela não é a maior do mundo.
E que ninguém tem culpa se na minha vida nada dá certo. As pessoas vão sempre
esperar o melhor de mim, porque é isso que a gente faz: cria expectativas. E eu
não to nem aí se eu me decepcionar, porque a minha bagagem já tá cheia. Eu
coleciono decepções e pra cada uma delas, eu dou um nome. Aprendizado. E assim,
eu dou o melhor. E faço o meu melhor. Esse foi o jeito que eu aprendi a
superar. As pessoas, elas não são iguais. Elas não possuem os mesmos erros, e
nós não devemos julga-las com antecipação. A vida toda vai passar e você vai
continuar batendo a cabeça na parede, vai continuar confiando em quem não
devia. Não tem como evitar, nós somos assim. E a cada encruzilhada, você vai
encontrar o caminho certo. E se o caminho estiver torto, endireite-o. E se as
pessoas quiserem consertar você, não deixe. Na vida, a gente encontra quem nos
ame pelo que somos, mas vamos encontrar quem nos odeie pelo mesmo motivo. Dentro de mim, eu carrego uma porção
gigantesca de amor, e eu vou distribui-lo. E sobre aquele amor que eu disse
antes, ele é bom. Ele é maravilhoso quando encontramos alguém que está disposto
a oferecer a mesma medida. E enquanto
ele não chega, vou treinando com o espelho. Vou me amando. A gente só é
perfeito para alguém, quando somos valiosos para nós mesmos.
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