quinta-feira, 23 de abril de 2015

Equívoco.

Você não consegue enxergar que bagunçou tudo desde que chegou? Olhe só para a minha mobília, você desgastou tudo. Eu posso até ver você sentado na varanda com os braços cruzados, dizendo que eu sou louca e que não entende os meus versos disfarçados de verdade. Todo tempo eu fiquei camuflada, mas você me achou, descobriu meu esconderijo e expôs tudo que eu tive tanto trabalho pra esconder. Você confundiu meus sentidos, não percebeu meus poemas nas entre linhas e foi embora. Você pensou que tudo seria fácil, mas deixe-me dizer uma coisa: Mulher não é uma equação matemática que precisa ser resolvida, ela precisa ser estudada e assim, ser compreendida. Mulher é um bixo doido, e eu não sou diferente. Você chegou pela lateral do meu caminho torto, quis me enganar com seu jeito de menino do campo, e em minha defesa, eu omiti todo o meu sentimento. Aos poucos, você achou espaço, invadiu e fez a maior arruaça como se a casa fosse sua. E deixe-me lembrar: ela não é. E você não é mais bem-vindo aqui. Se você não é capaz de compreender a minha confusão, então não merece o meu afeto. Se não gosta de se molhar, não ande sob a chuva. Eu cansei e você sabe disso. Pegue todo o seu fardo e vá embora. Pode deixar que a bagunça eu limpo toda, sozinha mesmo, porque vai ser satisfatório aspirar todo o pó que você deixou. Não perca seu tempo tentando entender os meus parágrafos incompletos. Os meus versos, eles não são para quem os lê. Eles são para quem os sentem.  

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