Tão sensível. Tão forte. Tão pequena. Tão grande. Tão irônica. Tão carinhosa. Tão bipolar. Tão frágil. Tão ciumenta. Tão eu.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Compromisso.
Eu assumi um compromisso com você quando demos o nosso primeiro beijo. Você ainda lembra? O compromisso era pra ser assumido por nós dois, mas eu não liguei pra isso, afinal eu sempre levei nosso amor nas costas. Eu sempre fui o motivo das nossas brigas. Mas sempre dei o primeiro passo para fazermos as pazes. Eu ainda lembro quando você finalmente resolveu assumir pra mim, ao menos, que também me amava. Seus cabelos estavam despenteados, você estava de havaianas, e com aquela sua bermuda que eu amo. Fomos a praia, e como num sonho você fez exatamente o que eu sempre imaginei. Vimos o por-do-sol juntinhos, e depois você se juntou a mim e fomos pegar conchinhas na beirada da areia. Isso é infantil, sim. Mas você somente fez minha vontade e que automaticamente virou sua, também. Quando já tínhamos feito inúmeras juras amor, você se agachou do meu lado, pegou um pedacinho de arame, enrolando-o, e com a maior delicadeza do mundo colocou em meu dedo logo após de dizer "Agora sim, assumido." Encaixei meus braços ao redor do seu pescoço e desejei que aquele momento jamais acabasse. Que fosse eterno. Mas todo mundo já sabe que nada dura para sempre. E com nós dois não foi diferente. Nós dois, nada mais éramos que uma rotina. Gostosa, talvez. Mas acima de tudo, nossa rotina era estável. Eu sempre te amei. Mas você, não. Você somente se acomodou. Se acostumou a acordar e ter que me ver com os cabelos embaraçados, e meu rosto sem maquiagem. E com o tempo, se cansou de somente comer ovos com bacon no café da manhã. Mas foi você mesmo quem disse que gosta de ovos com bacon. Não entendi. Só entendi quando cheguei do mercado uma tarde, com as compras. Mais ovos com bacon. E não achei você. Até pensei que você tinha ido comprar chicletes pra mim como sempre fazia. Mas daí eu notei, a cama estava arrumada. E no nosso guarda-roupa, não tinha mais nada seu. Nosso. Só achei uma camisa sua, embaixo da cama. Minha, agora. Aquela que você tomou chuva, e eu te esquentei. Vesti ela mesmo. Eu me vesti de você. A tristeza bateu. E logo depois, a saudade. E o medo. E a solidão. E ali, eu fiquei. Dia após dia. Esperando você abrir a porta e dizer que estava na praia procurando outro pedacinho de arame porque aquele nosso já estava enferrujado. O que foi? Não dizem por aí que a esperança é a última que morre? A minha vai viver 100 anos, e em todos eu estarei aqui, esperando você voltar. Pra mim. Pra nossa rotina estável.
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