quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Nós e só.

Shiu: Estou dizendo que amo você, ouça. Cobri seus lábios com dois dedos da minha mão tão pequena. Você me olhou intrigado, repeti: ouça. Então você fechou os olhos e quando os abriu, estava sorrindo. E me puxou para perto e pousou um beijo suave nas minhas mãos. Então soubemos ali, o quanto nos amávamos. E se não era amor, era algo muito mais bonito. Era algo lá da alma. E se não durasse a vida toda, não haveria problema porque durou toda uma vida, naquele instante. Para todo o nosso sempre, fazia todo o sentido. Queríamos dizer tanta coisa, queríamos uma enxurrada de palavras, mas nada era suficiente. Meu peito inflava e quando estava prestes a dizer algo, você me selava um beijo. E ríamos. Ríamos porque era mais puro assim, sentir. Não precisava ser dito, ninguém precisava saber. Era nosso. Tudo ao nosso alcance. E tudo que fosse feito com você era assim, silencioso, tranquilo. Você era todo assim, sossego. Você era assim em mim, calma. É preciso silenciar para ouvir o que o nosso coração necessita. E as coisas mais bonitas, são ditas assim: Shiu.